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Matéria com Roberto Leal, que foi publicada na revista Gente.
Confira:




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Palavras do Roberto Leal sobre o CD Raic‏

O trabalho anterior, “Canto da Terra”, foi um dos maiores prazeres e recompensas da minha vida. Foi uma virada de página. Uma tomada de decisão de renovar, de reciclar, de enveredar por outros caminhos, de buscar novas soluções dentro da música, novas roupagens e posturas para vestir conceitos dos quais, no entanto, não abro mão. Mas atitudes como esta, após 37 anos de carreira pública não são fáceis. Hei que contar com a aprovação, com a compreensão. Hei de contar com a fidelidade daqueles que nos acompanham durante os 37 anos. Hei de conquistar novos amigos sem perder os que já nos são caros. Hei de mudar invólucros sem perder o mesmo conteúdo, esse eterno porque vem da alma. E tudo isto foi conseguido! Para meu próprio espanto, para espanto dos novos amigos e para alegria dos que já eram! O “Canto da Terra” abriu, então, uma nova estrada à minha frente, pelo qual sigo agora renovado e cheio de prazer. Fez jorrar uma nova fonte de inspiração de cuja fartura bebo e me embriago! Nasce agora “Raiç”, a palavra Mirandesa para Raiz,  … uma alegria mais profunda. Remexer o baú das minhas memórias e das memórias do meu povo, dos cantares, das raízes! Poder cantar livremente tudo aquilo que vivi e que esteve guardado no mais íntimo do meu ser é uma libertação da alma! Após tanto tempo buscando e incorporando nos espetáculos os frenéticos ritmos que, da África, cruzaram para o Brasil, vemos hoje a mesma vibração, a mesma força e pujança que fez saltar pés e corações, com os ritmos Trasmontanos. Com este trabalho fez-se a sintonia perfeita, a química necessária com outras esferas da Alma Portuguesa. E, consegui a minha própria linguagem para expressar esta sintonia. “Raiç”… minha melhor obra!

Roberto Leal

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Por onde anda o cantor Roberto Leal?

Português fala do Chacrinha, do resgate das raízes e da polêmica com Maitê Proença

Iwi Onodera/Globo.com

Roberto Leal

Com 11 anos, António Joaquim Fernandes veio para o Brasil em um navio com a família. Foi sapateiro, trabalhou em feiras livres, até que, por esses mistérios do destino, como ele diz, conheceu o Chacrinha.

Batizado de Roberto Leal, em homenagem a Roberto Carlos, ele se tornou o “português mais bonito do Brasil”, nas palavras do Velho Guerreiro. Mas, apesar de 36 discos e 17 milhões de cópias vendidas, o cantor precisou acertar as contas com a terra de origem. Mergulhou nas raízes portuguesas, fez a ponte com o Brasil, e agora está em paz. Veja esta entrevista de Roberto Leal ao EGO.

Como você e sua família vieram para o Brasil?
Nós viemos em cinco etapas, nos anos 60. A família era muito grande, e não tínhamos condições financeiras de vir todo mundo junto. Foi muito traumatizante. Vinha um, se refazia, e vinha o outro... Então tinha sempre essa saudade. Foi quando chegou a minha vez. Senti algo que todo imigrante sente: nos primeiros três dias você chora de saudade por tudo o que deixou, e depois começa a pensar se realmente vai conseguir realizar todos os seus sonhos. Lembro de quando cheguei no cais de Santos, na última viagem que o navio fez com passageiros. Meu pai, que já estava no Brasil, nos abraçou e disse: “Graças a Deus estamos todos juntos”. Lembro de atravessar a cidade de São Paulo, pensando: “Quem vai ouvir o grito de um menino português?”. E aí comecei a perceber que tinha que fazer a coisa que mais amava, que era a música.

.Veja Roberto Leal cantando "Arebita" com os Trapalhões, em 1978

Em Portugal você já cantava?
Sim. O meu palco era o carro de boi. Era um lugar mais alto onde as pessoas podiam me ver. Eu dava trabalho para os meus irmãos mais velhos, porque rodava as aldeias vizinhas indo nas festinhas, cantando. Desde criança eu só me realizava com a música.

Mas antes de começar a cantar no Brasil você trabalhou em outros ramos, certo?
Eu e minha família trabalhamos nas feiras livres em São Paulo, tínhamos uma barraca de frios. Também trabalhei em uma sapataria. Nos concentramos no bairro Vila Maria, onde morava o pessoal de Trás-os-Montes, nossa região em Portugal. Passamos muita necessidade. Eu sentia que devia ser o salvador da pátria, fazer algo a mais para melhorar nossa situação.

Roberto posa na varanda de seu restaurante, o Marquês de Marialva, em Alphaville

Foi quando você resolveu cantar.
Meu irmão mais velho me levou na escola do professor Manoel Marques, um conterrâneo nosso, que tocava guitarra portuguesa e ensinava canto, violão, piano... Começamos a fazer apresentações. Como eu era muito jovem, loirinho de cabelo comprido, acabava chamando atenção, pois fugia do estereótipo do português bigodudo. Mas percebi que a comunidade portuguesa estava distante dos movimentos que aconteciam no Brasil, como o rock, a Jovem Guarda. Precisava sair daquele gueto. Passei um tempo desanimado, até que o professor Manoel me falou para pensar no que realmente eu queria fazer. Um mês depois eu voltei e disse que queria criar misturas entre os sons do Brasil e de Portugal. Ele então me deu um nome artístico. Disse: “Você foi sempre um menino exemplar, um menino leal. Então você será o Roberto Carlos português, o Roberto Leal”. Aí já me senti um pouco mais artista (risos).

Foi nessa época que você gravou o primeiro disco?
Sim. Modifiquei uma música tradicional portuguesa para um ritmo mais forte, e acabou virando meu primeiro sucesso, “Arebita”. Eu tinha uns 20 anos. Fui ao Rio de Janeiro tentar fazer shows lá, mas ninguém me conhecia, não consegui tocar em lugar nenhum. No dia da volta para São Paulo, insisti para conhecer o Chacrinha. Ele me recebeu sem camisa, tomando água de coco, fazendo a programação. Mostrei a ele meu disquinho. Ele ouviu a primeira vez, a segunda... No domingo seguinte, fiz minha primeira apresentação no Chacrinha.

Como foi a apresentação?
O programa acontecia de 8 às 10 da noite, e depois tinha o Festival da Canção, no Maracanazinho. A hora foi passando e eu não era chamado. Quando faltavam 4 minutos para as 10, ele começou: “Agora vamos chamar o português mais bonito do Brasil!” (Roberto imita o Chacrinha). Eu entrei no desespero, dançando com as mãos para cima, tentando fazer as chacretes dançarem também. Mas elas não conheciam, e só levantaram as mãos faltando 10 segundos para a música acabar. Mas aí acontecem essas coisas da vida,  e eu penso que nada é por acaso. Deu um problema técnico na transmissão do festival da Canção e o Chacrinha ganhou mais 3 minutos. Por conta disso, cantei a música mais uma vez. E aí já estava todo mundo de pé, dançando.
FONTE 

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ROBERTO LEAL mergulha a fundo na tradição mirandesa

Canto_da_Terra.jpgE se numa das mais importantes celebrações folk da Península Ibérica pudéssemos ver (num dos cartazes de 2008) inscrito o nome de ROBERTO LEAL? Espantados? Depois de ouvir o novo disco “Canto da Terra” diria que tudo é possível. Oriundo de Vale da Porca, Macedo de Cavaleiros, o cantor de música ligeira sobejamente conhecido pelo seu sotaque brasileiro e por êxitos da rádio de Onda Média como “Dá Cá Um Beijo” ou “Bate o Pé”, mergulhou a fundo na cultura mirandesa e apresenta-nos agora um álbum que, quem sabe, poderá ser um dos candidatos ao Prémio José Afonso de 2008. Não. Não estou a exagerar. Senão vejamos: Sabem quem é o responsável pelos arranjos e direcção artística do disco? RICARDO DIAS. Olhemos agora a lista de convidados: MANUEL ROCHA (da BRIGADA), AMADEU MAGALHÃES (já perdemos a conta aos projectos em que este multi-instrumentista que criou os REALEJO participa), GALANDUM GALUNDAINA (que cantam e tocam percussões em algumas das modas), RÃO KYAO, ANDRÉ SOUSA MACHADO e VITORINO. Além disso, há aqui também um agradecimento muito especial a MÁRIO ESTANISLAU e VICTOR FÉLIX dos RONCOS DO DIABO.
Em “Canto da Terra”, ROBERTO LEAL chega mesmo a cantar em mirandês (o escritor e estudioso Amadeu Ferreira colaborou também na pesquisa e tradução das letras) em vários temas, como “Nós Tenemos Muitos Nabos”, “Sinhá Senhora”, “Chin Glin Din”, “La Molinera” e “La Çarandilhera”. Só é pena que o trabalho gráfico da capa não tenha a sofisticação dos arranjos deste interessante lote de temas. O disco será apresentado ao vivo em breve no Casino Estoril (em data a anunciar). Eu vou!
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ROBERTO LEAL ARREBITA O 5 PARA A MEIA NOITE !!

É um ícone, um simpático, um homem de fé e já vendeu milhares de discos. Que atire a primeira pedra quem não sabe de cor pelo menos uma música de... ROBERTO LEAL.

O Pedro Fernandes recebe o cantor em estúdio, e vamos mostrar EM PRIMEIRA MÃO o novo disco. Contamos ainda com os Soulbizness, que vão surpreender os espectadores...

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Roberto Leal faz show na inauguração do Shopping ViaCatarina

Divulgação

Cantor português se apresenta para convidados na noite de 20 de maio, quando o empreendimento será entregue aos lojistas
Faltam poucos dias para a inauguração do Shopping ViaCatarina, de Palhoça, um importante empreendimento da região continental da Grande Florianópolis, e as atenções estão voltadas para o show de Roberto Leal Banda e Ballet.

O cantor de renomados sucessos como “Bate o pé” e “Arrebita” é conhecido como o embaixador da cultura portuguesa no Brasil, o que faz dele o artista perfeito para abrilhantar ainda mais a noite de inauguração do ViaCatarina.

“A arquitetura do shopping é inspirada nos açores. A entrada principal lembra uma praça açoriana, ladeada por janelas neste mesmo estilo. Fizemos isso para valorizar a cultura e os fortes traços arquitetônicos que nossos antepassados deixaram na Grande Florianópolis. Dentro deste contexto, o show de Roberto Leal trará ainda mais beleza à inauguração do nosso empreendimento”, destaca Sérgio Monlevad, superintendente do shopping.

O coquetel de inauguração terá cerca de 700 convidados entre lojistas, políticos, jornalistas e empresários. No dia 21 de maio, sexta-feira, o Shopping ViaCatarina abre as portas ao público das 10h às 22h.
FONTE 
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Novo voo de Roberto Leal e Leslie Amaral

Cantor e artista plástica abrem restaurante português




Depois de oito anos, o cantor e empresário Roberto Leal (57) decidiu reabrir seu restaurante Marquês de Marialva, considerado um clássico da gastronomia portuguesa. Em sociedade com a artista plástica Leslie Amaral (53), e o marido dela, o publicitário Wellington Amaral (56), o cantor acaba de inaugurar a casa em Alphaville, na Grande São Paulo. "Este é um lugar que favorece o convívio das pessoas. Elas se sentem à vontade para conversar com os amigos, como se estivessem em casa", diz Roberto. Para garantir o que define como "a essência da alma portuguesa", o cantor trouxe de além-mar o chef Manuel Gonçalves, que garante a excelência de pratos como o tradicional bacalhau à lagareiro, feito com batatas e brócolis.
FONTE REVISTA CARAS

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Rita Cadillac e Roberto Leal na X9

A homenagem a Portugal levou a ex-chacrete Rica Cadillac, neta de portugueses, e o cantor Roberto Leal para a avenida pela escola X9

Os destaques da escola de samba X9, quarta a desfilar no segundo dia de carnaval em São Paulo e que homenageou Portugal, foram a ex-chacrete Rita Cadillac, neta de portugueses, e o cantor Roberto Leal. Rita foi para a avenida como a personagem D. Maria, a louca. Já cantor português, desfilou no carro que homenageou a língua portuguesa.

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A pegadinha com Roberto Leal

No último domingo (18) mostramos durante a competição Loiras X Morenas uma divertida pegadinha, onde o cantor português Roberto Leal demonstrou, mais uma vez, o quanto é um homem do bem. Eu o conheço há mais de 25 anos, desde quando ele se apresentava no extinto programa "Caravela da Saudade", transmitido pela também extinta TV Tupi. Recentemente estive com Roberto Leal em seu restaurante Marques de Marialva, especializado na culinária portuguesa, que fica em Alphaville.
Quero ressaltar aqui o bom caráter do Roberto Leal, homem íntegro que construiu sua fama interpretando músicas portuguesas, não só no Brasil como também no exterior. Roberto imigrou jovem para o nosso país e muitos anos depois voltou a morar em Portugal. Agora está de volta ao Brasil, pois como ele mesmo diz - "aqui me sinto na minha casa". Pai de família, casado com sua eterna Márcia, ele carrega consigo a simplicidade do povo português, humildade, talento e acima de tudo um excelente caráter.
Vale rever a pegadinha!
Clique aqui para rever a pegadinha
FONTE PORTAL R7

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Bichinho do Paraná encanta portugueses



A médica Marília Bernardes, fundadora e diretora da Criart-Promoções Artísticas, recebeu na fria noite de domingo, a melhor notícia, via DDD: pela terceira vez o representante do Brasil na Gala Internacional de Pequenos Cantores, em Figueira da Foz, Portugal, conseguiu destaque internacional. Ebano Guiraud, 7 anos, que no dia 14 de junho, na seleção realizada no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, escolhido para representar o Brasil neste concurso, foi o primeiro classificado na área internacional.
Reunindo crianças de mais de 20 países, a Gala de Pequenos Cantores de Figueira da Foz passou a ter representantes do Brasil a partir de 1983, graças aos esforços de Marília, uma bela médica portuguesa, hoje radicada no Brasil, que consegue dividir seu tempo entre uma movimentada clínica particular, agência de turismo, atividades culturais (filha do escultor Canhão Bernardes, também radicado em Curitiba, está implantando um centro cultural no Jardim Schaeffer) e, nos últimos meses, dando consultoria ao ministro Borges da Silveira, da Saúde, na área de projetos de reabilitação infantil.
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Em 1984, o Brasil esteve na sexta gala com a menina Silvana. No ano seguinte, Patrícia Azevedo, então integrante do grupo Trem da Alegria, dividiu o primeiro lugar com uma garota sueca (hoje, Patrícia, 14 anos, faz carreira solo na RCA, já com elepê gravado). Em 1986, Thiago Luz, então com 7 anos, cabelos loiros, encantadora imagem do "Pequeno Príncipe", foi o grande vencedor com "Atrás da Montanha", composição de Gersom Fisbein.
No ano passado, Elisana Gasda representou o Brasil, sem melhor classificação. Agora, o gatoro Ébano, filho de um técnico de computação, apaixonado por música, teve uma bela vitória - a ser devidamente comemorada na próxima semana, quando volta a Curitiba.
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Falando em Portugal e música, Roberto Leal - um dos nomes mais populares em termos de difusão da canção lusa no Brasil, especialmente por suas atrações nos programas da SBT, com 20 anos de carreira, quinze elepês gravados na RGE, passou para o elenco da Polygram, estreando com o elepê "A fada dos meus fados". Leal (Antonio Joaquim Fernandes, 36 anos), no Brasil desde que tinha 12 anos, tem um público fiel, hoje dividido entre o Brasil e Portugal, já fez alguns filmes e com seu repertório romântico, representa um ponto alto em termos de vendas - razão mais do que suficiente para levar a Polygram a incluí-lo em seu repertório. A próspera Maria Eugênia, dona do restaurante Alpendre - o mais badalado (mas também o mais caro) restaurante português da cidade, está tentando, há meses, contratar Leal para uma temporada em sua casa. Sem sucesso, devido à apertada agenda do cantor português.
LEGENDA FOTO - Leal: mudança de etiqueta, mas mantendo o público.

FONTE: TABLOIDE DIGITAL
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Roberto Leal, nome artístico de António Joaquim Fernandes, (Vale da Porca, 1951) é um cantor português.

Biografia

Aos treze anos de idade, em 1962, emigrou para o Brasil, juntamente com os pais e dez irmãos, em quatro viagens.

Em São Paulo, após trabalhar como sapateiro e vendedor de doces, iniciou sua carreira de cantor de fados e músicas românticas. Graças ao sucesso alcançado na década de 1970, apresenta-se como um embaixador da cultura portuguesa no Brasil.

Ficou célebre, a sério ou por piada, o seu refrão “ai cachopa, se tu queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita”. Vendeu milhares de discos, fazia sucesso nos programas de auditório e por muitos, era considerado muito simpático.

Roberto Leal é frequentemente citado pela imprensa e por pesquisas como o mais conhecido português no Brasil, acima de nomes como Mário Soares, José Saramago, Fernando Pessoa e possivelmente até mesmo Pedro Álvares Cabral.

Ainda hoje é aclamado como cult por brasileiros de todas as idades, embora em Portugal não seja considerado como representativo da cultura portuguesa - nem a erudita, nem a popular (especialmente entre portugueses com menos de quarenta anos).

Ele já vendeu mais de dezessete milhões de discos e tem mais de trezentas canções gravadas. Chegou a participar de um filme sobre sua própria vida, chamado: “O Milagre” e que bateu recordes de bilheteria.

FONTE  LAST FM
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** Recordando Matéria exibida na revista Caras no dia 02/03/2010

Casado há 35 anos com Márcia, ele divide o coração entre sua Portugal e o Brasil

 
Em 1972, um jovem de 19 anos e densa cabeleira loira foi eleito Rei da Juventude Brasileira pelo mais popular programa de auditório da época: A Buzina do Chacrinha. Um ano antes, o garoto desembarcou de ônibus no Rio de Janeiro, vindo de São Paulo, disposto a tudo para que o Velho Guerreiro, o grande comunicador Abelardo Barbosa (1917-1988), lhe desse uma chance. Um pouco de ousadia, uma pitada de sorte e um amigo com boa vontade colocaram o novato frente a frente com o homem que revelaria ao país o talento de Roberto Leal (57), português de Trás-os-Montes com alma repartida entre a terra em que nasceu e aquela que o acolheu. "Naquela época, eu parecia um extraterrestre", relembra o artista, com bom humor. "Usava roupas espalhafatosas e o cabelo pelo ombro. Quando Chacrinha me viu, não entendeu nada." O apresentador pode não ter compreendido de imediato, mas, assim que Roberto Leal começou a cantar e dançar Arrebita, a plateia pegou fogo. As adolescentes imitaram a coreografia e o sucesso foi instantâneo.



Quase 40 anos depois, o cantor e compositor que imigrou em 1962 com os pais e nove irmãos, em cinco viagens sucessivas, se reinventa. Ao recorrer às raízes lusitanas, grava um álbum premiado na Europa e agora prepara outro com os fados que mais lhe falam à alma. Nessa longa trajetória, Roberto Leal colhe o extraordinário número de 17 milhões de discos vendidos no Brasil, e uma infinidade de homenagens e títulos, incluindo um de grande apreço: o de embaixador da música portuguesa, resultado de pesquisa que o apontou como o português mais conhecido no país, deixando para trás até Pedro Alvarez Cabral (1467-1520).


Em paz com a dualidade que por muito tempo teve de enfrentar, afinal era um estrangeiro aqui e, quando voltava a Portugal, acabava também sendo considerado como tal, Roberto Leal hoje sabe que seu coração tem espaço para acomodar seus dois amores. Se alguém ainda duvida, basta ouvir seus CDs, em que sonoridades lusitanas e brasileiras se mesclam.

O mesmo se dá na vida pessoal: Roberto é casado com uma mineira, Márcia Lúcia (58), parceira nas composições e mãe de seus três filhos, nascidos no Brasil: Rodrigo (30), produtor e músico; Manuela Fernandes (27), atriz; e Victor Diniz (20), pintor. Embora tenha casa em Portugal, onde moram os herdeiros, o casal passa parte do ano em seu dúplex em Alphaville, na Grande São Paulo. No mesmo prédio eles inauguraram, em parceria com o publicitário Wellington Amaral (56) e a artista plástica Leslie Amaral (53), o restaurante Marquês de Marialva, especializado em gastronomia portuguesa.

- Como você se prepara para os shows no Brasil e exterior?
Roberto Leal - Faço academia três vezes por semana e me alimento bem. Nos últimos três anos emagreci dez quilos.

- Você sempre usa uma cruz pendurada no peito, é um sinal de sua espiritualidade?
- Eu e minha família temos muita fé. Em minha casa em Portugal existem cem estatuetas de santos, muitas das quais ganhei de fãs. Quanto a esta cruz, ganhei há 30 anos de alguém muito especial, Chico Xavier, que me considerava um homem de paz. Prestes a morrer, ele me enviou uma mensagem: um aroma de rosas, que simbolizavam a energia dele, invadiu meu quarto. Era um sinal de que ficaríamos sem sua presença física.

- Tem um ritual para compor?
- Me recolho. Primeiro cai uma lágrima, então a música vem.

- No premiado CD Raiz, de 2009, você canta no dialeto mirandês, de sua terra natal. Como foi essa mudança?
- Esse CD foi escolhido pela Rádio e TV de Portugal como Melhor Álbum do Ano de Música Tradicional Portuguesa. É um projeto amoroso, de grande pesquisa musical. Agora preparo aquele que será o melhor disco de minha vida, Os Meus Fados, gravado aqui e em Portugal. São clássicos como Foi Deus e Nem às Paredes Confesso. E pela primeira vez gravo Fado Tropical, de Chico Buarque. É um disco da maturidade.

- Seu apartamento tem muitas telas e objetos de antiquário.
- Adoro arte. Em Portugal se costuma dizer que uma casa sem recheio é uma casa pobre. Tenho móveis que me acompanham há 32 anos, como a arca de madeira comprada em Sintra, Portugal. O relógio, de 200 anos, também está na lista de objetos com os quais tenho relação afetiva.

- Seus filhos também seguiram a profissão dos pais?
- O Vitor é pintor, a Manuela é atriz e o Rodrigo é músico e produtor dos meus shows.

- O Roberto Leal dos tempos do Chacrinha tinha visual exagerado. Como é hoje?
- Roupa é estado de espírito. Se o dia está bonito, escolho uma camisa branca e jeans. Para shows um brilho discreto vai bem. Não saio sem um blazer.

- Seu nome artístico é uma homenagem a Roberto Carlos (Roberto Leal nasceu António Joaquim Fernandes). Como é seu relacionamento com o Rei?
- É de carinho e gratidão. Numa ida a Portugal, já no avião comecei a sentir saudades do Brasil. Roberto fazia um show no Cassino do Estoril e lhe enviei o seguinte cartão: 'Que você seja tão feliz em meu país como eu sou no seu'. Ele interrompeu a apresentação e disse: 'Esta sala está cheia de portugueses, mas tem um irmão nosso que todos os dias nos lembra Portugal'. O maior ídolo brasileiro reconhecendo nosso trabalho. Há sempre a alma do Brasil me protegendo.