O cantor portugues Roberto Leal (que já vendeu aproximadamente 17 milhões de discos e ganhou 30 discos de ouro e 5 de platina) está com um novo disco no mercado musical. Um trabalho que tem por titulo “Vamos Brindar” e em que canta temas de grande sucesso como “Verde Vinho”, mas a intenção é homenagear aquele que foi o conjunto mais mediático hà 15 anos – os “Mamonas Assassinas”.
Foram o sucesso mais instantâneo da música brasileira. 15 anos depois da edição do disco, o produtor da banda falou ao i sobre o fenómeno.
Poucas horas antes de embarcar num voo para Brasília, Júlio Rasec entrou no seu cabeleireiro de sempre, em Guarulhos, São Paulo, e deixou no ar uma frase enigmática. O teclista descrevia ao amigo de infância um sonho sobre um acidente de avião, que dias depois havia de alimentar toda a espécie de teorias da conspiração e premonição, num país que chorava ainda a morte de outro ídolo: Ayrton Senna. Os Mamonas Assassinas desapareciam assim, de forma tão meteórica como tinham surgido, sete meses antes, num irónico e trágico desastre aéreo. Mas esse tempo foi quanto bastou à banda para vender quase dois milhões de discos e se tornar o maior fenómeno instantâneo da música brasileira. O álbum, homónimo, foi editado há 15 anos.
Antes de se chamar Mamonas Assassinas, a banda, então apenas com três elementos, actuava com o nome de Utopia, tocando versões dos brasileiros Legião Urbana e Titãs, e alguns êxitos americanos. Num dos muitos concertos em pequenos bares da periferia paulista, o público quis ouvir uma música de Guns N” Roses. Sem a letra, o baixista Samuel Reoli pediu ajuda de alguém do público. Alexsander Alves, então com 17 anos, saltou para o palco e improvisou. Estava encontrado o vocalista, que pouco depois traria consigo o teclista e amigo, Júlio Rasec, e nascia o “Mamonas”.
Durante sete meses, os Mamonas Assassinas deram uma média de oito concertos por semana, percorrendo o Brasil de um ponta à outra, e tocando praticamente em todos os estados brasileiros – muitas vezes com dois espectáculos por dia. A isto, juntaram ainda um sucesso comercial raro, com o álbum de estreia a atingir rapidamente o disco de diamante – correspondente a um milhão de cópias vendidas – e a banda a cobrar um dos cachets mais elevados de todo o Brasil.
O primeiro espectáculo fora do Brasil estava previsto para Portugal nos primeiros dias de Março de 1996. O Dinho queria descer do avião, em Lisboa, com uma mascara igual a que Michael Jackson usava. Foi essa a nossa última conversa.” Exatamente na véspera da partida para Portugal, no dia 2 de Março de 1996, após um concerto em Brasília, o avião que transportava a banda despenhou-se nas imediações do aeroporto de Guarulhos. Ironicamente, à porta de casa. Morreram todos.
Hoje o Roberto Leral quer reverenciar esse grupo, com várias musicas – mas de destaque “A Festa ainda pode ser bonita e “Vira Virou”. O lançamento do disco será ainda este mês – dia 28, na Casa de Portugal em São Paulo ao qual, Graciano Coutinho, titular deste blog é convidado especial de Roberto Leal e seu empresario, José de Sá. Depois o mais popular artista portugues do Brasil viajará a diversas capitais do Brasil, inclusive Fortaleza. Na oportunidade ele estará – ao vivo – no programa “Portugal Sem Passaporte” – aos domingos de 8 às 10 hs. na Expresso FM, 90.7. Algumas musicas desse disco podem ser escutadas ja neste domingo, em absoluta primeira mão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário