"Ainda hoje, quando me encontram na rua, cantam 'Arrebita", diz ele, lembrado até hoje pelo hit de 1971.
Cantor português radicado no Brasil – ele chegou ao país em 1962, aos 11 anos de idade –, Roberto Leal até hoje é lembrado pelo hit "Arrebita", lançado em 1971, no saudoso programa do Chacrinha. Atualmente aos 65 anos, ele, que já vendeu mais de 25 milhões de discos e ganhou 30 discos de ouro e cinco de platina, segue como o maior embaixador da cultura portuguesa no Brasil. "Aqui no Brasil me chamam de português e lá em Portugal me chamam de brasileiro", diz ele, que se divide entre os dois países.
Apaixonado pelo Brasil, o cantor está indignado com o projeto da reforma da Previdência Social que prevê, entre outras propostas, idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. "Já peguei diversas crises, várias fases ruins aqui. Mas agora está demais. Tenho dupla nacionalidade, faço meu Imposto de Renda aqui e em Portugal e acho essa questão da reforma da Previdência um absurdo", afirma ele, que, apesar da crise, não pensa em deixar o Brasil. "Embora seja difícil, tento ser otimista. Vamos sair desta."
"Só não caímos no buraco completo porque somos maiores que o buraco", diz. Para comemorar seus 45 anos de carreira, Roberto Leal faz no dia 27 no Bar Brahma, em São Paulo, o show Portuga tropical. "É uma forma de agradecer ao país que me acolheu e me chama de filho", se emociona o músico. Além dos tradicionais fados e viras, ele prova no novo espetáculo que também tem muito samba no pé. "Vou cantar sambas da Alcione e alguns clássicos do Ataulfo Alves", promete.
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